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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

LIBERDADE MENTAL

É verdadeiramente livre aquele que se sente assim, age e pensa como tal. Os "Cadernos do Cárcere" foram escritos por Gramsci na prisão e hoje são uma bússola segura para muitos pesquisadores sociais e políticos. A saga de "Dom Quixote" também foi escrita por Miguel de Cervantes, em grande parte, na prisão.  Apesar de estarem fisicamente presos, gozavam de maior liberdade mental que muitos que se consideram livres.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

CONSCIÊNCIA

O que procuro expressar é um pouco daquilo que
minha Alma suspira...

Minha miséria existencial caminha lado a lado com
minha paz relativa...

No fundo, tenho a ilusão de fazer sempre o melhor.

                       Claudio Pierre

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

FRAGMENTOS

Eu sonhara com a mulher ideal,
Traçara planos de uma família feliz e saudável...
Não percebia que era um mero sopro - um fragmento de vida sujeito às tortuosas linhas
do tempo humano.

Precisei então, transpor o portal além dos sonhos e expectativas, compreender os
mistérios da vida e da alma dentro dos meus limites...

Aprender a me conformar com minhas próprias fraquezas e misérias - um profundo
mergulho além da superfície que ilude a profundidade da consciência do Ser.

Foi nesse instante, que vislumbrei o quanto somos fragmentos de um infinito lago de
energia...

Nesse presente compreendi o que representa estar acima da compreensão - corrente sem
começo e fim.

Algo como o Caminho me deu uma dimensão limitada de uma luz que se tornara
visível, na medida em que meu olhar não se detivesse apenas no que os olhos podem
alcançar.

   Claudio Pierre
(Do registro Fragmentos)

meu comentário => O modelo "ideal" não é nada mais do que uma ficção da mente programada pela
Sociedade. Nenhuma "programação" pode substituir o subjetivo caminho presente que temos a cumprir... Evocando a sabedoria milenar temos a expressão: "Transformar veneno em mel"; ou seja,
superar possíveis contrariedades ao longo de nossa jornada com a firme determinação de concretizar a realidade possível de nossos mais singelos sonhos de humanidade.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

MENSAGEM

Liberdade é uma palavra bonita
Porém, o pássaro não entende de liberdade ao voar.

Assim, a palavra é uma codificação humana para aquilo que já existe

E às vezes o Ser Humano em sua codificações, perde a essência do Ser e do Sentir.

Sem as asas; talvez não seja possível elevar a Alma para além da palavra.

   Claudio Pierre

(do Registro de Poesias Fragmentos)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

LENDA SUFI => A MÚSICA

"A música do universo é o pano de fundo de um pequeno retrato a que chamamos de música. Nosso entendimento do que seja música, nossa atração por ela, demonstra que existe música no fundo de
nosso ser. A música se encontra por trás do trabalho do universo inteiro. Ela não é, apenas o maior objetivo da vida, mas a vida em si. Hafiz, o grande e maravilhoso poeta Sufi da Pérsia, afirma: "muitos dizem que a vida entrou no corpo humano pelo auxílio da música, mas a verdade é que a vida em si mesma já é música". Que coisa terá feito com que ele dissesse tal coisa? Ele se referia a uma lenda que existe no Oriente, segundo a qual Deus fez uma estátua de barro à Sua própria imagem e pediu que a alma entrasse nela. A alma, no entanto, negou-se a ficar aprisionada, pois sua natureza consistia em voar livremente, sem qualquer limitação ou barreira de qualquer sorte à sua capacidade. Deus, então, pediu aos anjos que tocassem sua música. Os anjos tocaram-na e a alma atingiu um estado de êxtase e, nesse estado entrou no corpo. E afirma-se que Hafiz também disse; "As pessoas dizem que a alma, ouvindo aquela canção, entrou no corpo, mas, na realidade, a alma já era, em si, a própria canção."."
                  Do livro => Música // Autor: Sufi Inayat Khan

Meu comentário => O trecho acima reproduz a íntegra de um dos pensamentos contidos neste profundo livro, e faz parte de um conjunto dos poucos livros que tenho, os quais julgo ter tido acesso  por puro magnetismo; ou seja, acredito que sempre existe a possibilidade de nos "conectarmos" aquilo que necessitamos em nosso particular fluir...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A UNIDADE DA VIDA III (em fragmentos)

Em função da nossa Condição Humana limitada é praticamente impossível estarmos imunes a
Maia - Ilusão...

Ocorrem então "níveis de ilusão", conforme a nossa capacidade de consciência...
......

Nesse contexto, a Propaganda e o Marketing assumem um relevante papel, no sentido de:
criar, projetar, alimentar a ilusão sobre o irreal...

Por isso esses profissionais são tão bem pagos pelos Politiqueiros por exemplo, que geralmente
são "transformados" em "personagens perfeitos" através de uma "maquiagem" que realça o que
"as pessoas gostariam de ouvir" e não necessariamente o que corresponderia a realidade.
........

Vivemos nas grandes cidades, tão pressionados pela "ilusão do Ter sobre o Ser" que constato
o quanto negligenciamos e desvalorizamos algo tão revolucionário como a palavra realmente
sentida e as ações de Amor pela vida...

Socialmente "as pessoas" estão mais interessadas em "se dar bem" - perseguindo a "sugestão
de conforto a qualquer custo" - mesmo a custa da preservação do equilíbrio entre a qualidade
dos nossos Centros: Ser, Sentir e Pensar => Palavra, Sentimento e Ação.

.......

O que se denomina socialmente cultura é na verdade um movimento orquestrado pela visão
ilusória do que seja "entretenimento" - diga-se de passagem refletida na programação das
emissoras de TV; bem como na predominância de um formato único de Arte oferecido as
massas  => decididamente Cultura é coisa muito mais séria e profunda, a começar pela contínua
formação do Agente da Arte em seu ofício sagrado...

Com raras excessões grandes platéias se agrupam em torno de uma atividade, simplesmente para
cumprirem um rito social, e saem da atividade com a mesma noção que chegaram - ou seja,
"qualquer coisa serve" desde que tenha os ingredientes => pressa, barulho, muito movimento e
principalmente "descompromisso" com consciência.

Considero que esse processo reflete algo como uma "ilha da fantasia", onde somos estimulados
sob o pretexto de "aliviar a realidade" - ao tipo de entretenimento descrito acima, perdendo a
noção de que justamente essa divisão da Unidade gera uma Sociedade que cultua as "celebridades"
produzidas pela ilusão da propaganda e marketing; e, sobretudo "atrofia" nossos cérebros sobre
o desenvolvimento de nosso potencial de humanidade.

Escrevo dessa forma porque antes de ser Músico, Compositor, Poeta, Escritor e Místico, busco
exercer essa qualidade de avaliação/atuação ao meu redor - e, particularmente constato uma
grande indiferença da "sociedade" para manifestações que expressam leveza e profundidade refletindo a essência de nossa natureza humana, em função da ilusão proveniente
dos argumentos que descrevi acima.

Por isso ressalto novamente o pensamento em que iniciei esse artigo:

Em função da nossa Condição Humana limitada é praticamente impossível estarmos imunes a
Maia - Ilusão...
Ocorrem então "níveis de ilusão", conforme a nossa capacidade de consciência.

sábado, 6 de outubro de 2012

CÉU (T´ien)

A noite, o dia,
A brancura das nuvens - O Azul,
As Estrelas, o Sol

Todas as manifestações que induzem ao Infinito
Transcorrem sob o espelho do Céu.

O céu é então a porta dos mistérios, do além da terra...

Mas, para refletir tão fielmente as manifestações:
O Brilho, a Escuridão
O Azul, a Brancura
É preciso a pureza, a candura.

É necessário o sentido da verdade,
A razão da justiça,
O som do silêncio.

Alma de Lua se reflete sob o céu estrelado:
Na magia das noites, na anuência do Céu.

   Claudio Pierre

     (do livro de Poesias Caminho(s))

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

“De mensalão e futebol, todo brasileiro entende um pouco”

JUIZ LADRÃO!
(ou: “De mensalão e futebol, todo brasileiro entende um pouco”)

                 Da analogia com o futebol, paixão nacional, aprendemos que juiz que apita pra um lado só é ladrão. O juiz pode até ter time – vários árbitros famosos do nosso futebol tinham ‘time de coração’ – mas não pode demonstrar isso em campo e nem apitar de acordo com tal critério. Nos jogos em que o juiz-torcedor é escalado, o time pelo qual torce não poderia estar em campo e vice-versa, mas quando isso acontece, um dever sagrado dos narradores do jogo seria o de fiscalizar a atuação do juiz para garantir não haver favorecimento indevido ou penalização injusta.
                 A analogia com o futebol não pára aí: juízes têm que ter um comportamento exemplar e não devem ficar se explicando para a imprensa ou para quem quer que seja: a súmula é onde justificam e registram seus atos. Se algum jogador desobedece ou desafia, leva cartão – até os técnicos de ambos os times podem ser expulsos de campo. Árbitros devem ser soberanos e firmes na hora de arbitrar. No máximo, podem levar umas laranjadas da torcida e ter que sair de campo escoltados, ou serem xingados, mas não podem e nem devem ouvir os comentaristas durante o jogo e nem apitar para satisfazê-los e nem aceitar intimidações. Quando erram, há um tribunal acima deles para decidir controvérsias, pois apesar de gozarem de autonomia e autoridade em campo, não são infalíveis e nem intocáveis.
                No campo jurídico, as coisas mudam um pouco de figura. Apesar das analogias existentes e esperadas, Supremas Cortes parecem sofrer e aceitar pressões dos meios de comunicação, mostrando-se às vezes menos independentes que meros árbitros de futebol. Ao contrário de alguns árbitros de futebol ‘peitudos’, chegam a curvar-se à gritaria e à torcida de um dos lados, a que grita mais alto sempre. Se curvam até à pressão dentro de campo, às vezes, mudando de posição na hora. Quando erram, lá no ‘tapetão do STF’, só se pode recorrer a uma corte fora do país, a CIDH (Corte Internacional de Direitos Humanos), a cuja jurisprudência nosso país se vincula por tratados em questões envolvendo tais direitos, dentre os quais figura o de julgamento justo e imparcial e de ser considerado inocente até trânsito em julgado. Foi para lá que os aposentados que tiveram que continuar contribuindo para a previdência, apesar de estarem aposentados e já terem contribuído toda a vida para isso, tiveram que apelar, estando no aguardo de uma decisão saneadora.
                    Já que o julgamento do mensalão virou um mero jogo de torcidas, fartamente apresentado em manchetes e horário nobre, à semelhança dos certames futebolísticos principais, e uma vez que já tivemos vários juízes considerados ‘ladrões’ no futebol, acusados durante um bom tempo até de receber acertos para arbitrar a favor ou contra determinados times, ficaria a tentação de acusar os outros, do STF, de igual prática. Não o farei aqui, mas reservo-me o direito de mudar meu entendimento, como dizem alguns magistrados, já que chegam a julgar de modo diverso causas idênticas e a adiantar penas antes do fim do julgamento, o que, como se sabe, é totalmente irregular e ilegal.
                     Se o esquema do ‘mensalão’ sempre existiu (compra de partidos, é o que dizem eles), já que seu operador já ‘operava’ desde longa data para vários outros partidos, sempre com grande sucesso (rolo compressor de FHC, por exemplo), como é que só agora ‘descobrem’ e imputam a culpa do referido e suposto esquema ao partido que chega? Sim, se a corrupção já estava instaurada como norma de funcionamento político, como dar cartão vermelho a um só partido e seus eventuais aliados e acusá-lo de iniciar aquele sistema? Voltando à rica analogia com o futebol, se a porrada já comia solta dentro de campo desde o começo da partida, ou durante todo o campeonato, como pôr a culpa da violência e do anti-futebol em um time ou em um jogador apenas? Excelências, isso é roubalheira, marmelada!!! (O mais curioso é que os mesmos que agora os aplaudem ardentemente, até data bem recente os chamavam de ‘filhos da p ...!’ – condição à qual com certeza voltarão naturalmente, assim que passar esse campeonato).

Flávio Prieto

POESIA

Poesia a gente inventa
Como aquilo que brota e não tem nome
No silêncio despontando...

Poesia a gente tenta,
Com os olhos fechados
E o coração aberto
Sem a expectativa da palavra.

É sonho, é rio voltando
Suas águas - Imensidão Azul!!!
Misto de Emoções: dores e alegrias,
Venturas e desenganos...

A Poesia já existia antes da Razão
E a Liberdade a gente inventa.

     Claudio Pierre
(Do registro de Poesias Fragmentos)