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sábado, 30 de março de 2013

MINHA ORAÇÃO



A minha prece é diária – produto da intenção de vibrar intensamente o que meu intimo professa.

Não tenho nenhum compromisso com o que é dito como “impossível” por essa realidade que agoniza que persegue alucinada na garimpagem de um tesouro falso – que não temos como levar para outras dimensões...

A corrida do ouro é a reafirmação daquilo que perdemos de mais humano a cada dia.

Quando entendermos a razão pela qual viemos a este plano, deixaremos de ser tão miseravelmente apegados em excesso aquilo que só leva a conjugação do verbo Ter...

Mas é claro que a prece que não é desse mundo já transmitiu ao espírito:
- É exatamente esse um dos motivos pelos quais estamos no exato momento presente – ora buscando ser um instrumento, ora almejando aquilo que não podemos Ser, mas, que podemos aparentemente Ter.
  
Essa é a minha Oração Presente!!!

                                       
                                        Claudio Pierre

(Do Registro ORAÇÃO)

quarta-feira, 27 de março de 2013

A Pálida Luz da Manhã de Inverno

A pálida luz da manhã de inverno,
O cais e a razão
Não dão mais 'sperança, nem menos 'sperança sequer,
Ao meu coração.

O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.

No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem menos sossego sequer,
Para o meu 'sperar.

O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.

FERNANDO PESSOA

quarta-feira, 20 de março de 2013

BRASIL - O POVO E OS GOVERNANTES




DISCURSOS DE UM PLEBEU 

1º Discurso

O Povo e os Politicos e Governantes...

Existe uma distância fenomenal ao longo das Eras, entre esses atores e o Povo; cada qual seguindo uma reta paralela, que no modelo de Poder estabelecido, nunca se encontrarão...

Embora de maneira geral, os Governantes e os Políticos caracterizem o seu discurso direcionado a basicamente dois aspectos: 1º - Ser próximo do eleitor, como um “parente”; 2º - Se credenciar como “o único” qualificado para resolver os problemas que afligem o povo.

No entanto, na prática, a única relação direta entre ambos e o povo é a necessidade do voto, pois as dinâmicas de vida são totalmente diferentes, basicamente porque o Poder é excludente, pois pressupõe vantagens e privilégios dos Governantes e Políticos sobre a massa; ou seja, o próprio Povo.

Surge imediatamente a palavra Política, que têm sua origem em - Governo do Povo, pelo Povo e para o Povo.

Na realidade a utilização pratica desse termo se constitui em uma falácia, pois impera na prática a “politicagem”, que conceituo justamente como – ter privilégios, e fazer parte de uma “elite” que detém Poder.

Qualquer político tradicional se sentiria extremamente “ofendido” por essa declaração; no entanto, o povo bem entende o que quero dizer. E é natural, pois a população tem sofrido na pele, todos os descasos de “políticas desastradas”.

É muito fácil constatar que os que exercem a Politicagem usufruem um sistema de benefícios totalmente diferente daqueles “oferecido” ao povo.

Assim, quando do alto dos palanques aqueles que se intitulam “políticos” proferem as 04 palavras mágicas, que não podem faltar em seus discursos, os Serviços Públicos: Saúde, Educação, Segurança e Transporte. Decididamente, a qualidade desses mesmos serviços efetivamente não é a mesma para a classe política e os seus familiares, e para o povão; ou seja, o privilégio me parece um expediente da Politicagem.

De modo que enfatizo novamente o questionamento:
– Será que se os Políticos Governantes e seus familiares utilizassem os Serviços Públicos, oferecidos a População, a qualidade desses Serviços seria tão baixa??!!

É muita demagogia, um cidadão aparecer na mídia, sensibilizado com a miséria, se nunca em sua vida, esteve envolvido com ela, direta ou indiretamente; ou mesmo, quando empossado em um determinado cargo político, venha a se servir de determinados privilégios, regalias que o seu cargo conduz.

Não quero expressar que o Político tenha de viver na miséria; mas, quero dizer que a resolução dos problemas do Povo, não pode representar uma divisão entre duas realidades totalmente diferentes – de um lado o Povo, oprimido; do outro lado o Político / Governantes, com sua soberba e vantagens estipuladas pela própria classe Política e Cargos Executivos. Ex.: Imunidade Parlamentar, Aposentadorias, Decisão sobre o próprio salário.

.NOTA – Imagine se por acaso houvesse algum tipo de atraso no salário desses personagens. No dia seguinte eles estariam em cadeia nacional bradando sobre a Inconstitucionalidade de nossa Carta Magna; no entanto, eles não se manifestam dessa forma quando o artigo abaixo que consta na Constituição é totalmente violado:

“CAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;”

Esse Teatro é antigo. Geralmente a classe politiqueira vê muitas “dificuldades” em modificar as distorções do Poder; que eles mesmos legislam; porém, na realidade a simplicidade, nunca foi um caminho tão complexo assim. Por exemplo, nas eleições poderia haver um plebiscito onde o próprio povo decidiria se é a favor, por exemplo, da Imunidade Parlamentar; bem como dos inúmeros artifícios que os nossos legisladores criaram para, por exemplo, não serem presos por desvios de verbas públicas bem como devolverem aos cofres públicos os recursos desviados...
 
Esse é um exercício simples e possível da Política, já que somos considerados pelos políticos em épocas de eleição, como os “chefes da nação”.   

De imediato surge uma questão muito pouco aprofundada, justamente porque não interessa aos que detém um “certo poder”, desde Diretor de Sindicatos, até Síndico de Condomínio –
- O que seria a representatividade? 
Nos discursos posteriores, também abordarei a outra face da moeda. O Povo que é de certa forma indolente e co-responsável pela sua própria alienação.  

Claudio Pierre (extraído do registro Discursos de um Plebeu e Diálogos Consciência).

=> Meu comentário - Existe uma coisa que esse Poder instituicionalizado faz muito bem - Blindagem.
O povo não é bobo, reconhece exatamente os problemas, mas como transpor essa blindagem na qual os Politiqueiros de plantão se escondem...
Governantes e Políticos honestos essa deveria ser a regra não a excessão.

terça-feira, 12 de março de 2013

UM INSTRUMENTO - O MÚSICO - A MUSICISTA



E um longo caminho... Até chegar ao público, e quiçá encontrar o ouvinte que se deixe magnetizar pela limitação do seu inebriamento musical.

Bem antes desse suposto contato entre a Música e o Ouvinte – gostaria de render um tributo àqueles que se dedicaram e  se dedicam ao estudo da Arte; bem como, aos que se dedicam com afinco ao ofício de tocar um ou vários instrumentos musicais  – dia após dia.

Esta nobre jornada requer uma dimensão de consciência diferenciada, pois no contínuo exercitar buscando a criação de uma arquitetura sonora pessoal, se faz necessário certa limitação aos castelos de areia de um mundo essencialmente intitulado como “real”.

Tenho a impressão de que a grande mensagem que o músico expressa nunca será devidamente traduzida pela palavra, ou por qualquer outra manifestação, senão por esse som que chega aos meus (nossos) ouvidos, e que abre um portal para além desse mundo material. 

                     Claudio Pierre
(Do Registro - Para os Músicos)

Meu comentário => Numa perspectiva tão superficial que caracteriza esse tipo de Sociedade que "tem pressa" (de ter, de pensar, de ganhar dinheiro e de viver...)... Grande parte das pessoas não consegue captar o "Espírito da Coisa" - pois a Música pode ser uma tremenda manifestação de expressão de sentimentos, caso estejamos com os nossos "canais" devidamente receptivos para tal.

Venho dedicando grande parte da minha vida buscando dentro de minha limitação criar essa arquitetura sonora pessoal; mesmo que o sentido das "massas" privilegie algo que se opõe a Unidade, pois, Música de qualidade é a mesma coisa que entretenimento.

No entanto, entretenimento, passou a ser sinônimo de: "qualquer coisa serve"- desde que tenha muito movimento e de preferência muito estímulo visual, gritaria e barulho. 

A pouca importância que damos a qualidade do que fazemos, retrata essa sociedade superficial em que vivemos... 

As Tv´s e mídias congêneres só reforçam essa distorção massificando a audiência para esse determinado enfoque de entretenimento.   

terça-feira, 5 de março de 2013

FALTOU LEMBRAR



Faltou lembrar aqueles que não conseguem caminhar com Amor.

 Os que se julgam poderosos
Pela conta bancária,
Pelo temor dos seus subordinados...
Aos que fazem Política, em causa própria(politicagem), e sugam além do que lhes pertence.

E

Os que se julgam inferiores
Por não serem abençoados pelo “Deus Dinheiro”
Por não terem acesso a uma cultura que faz plim plim. 

  ./ Brasil, colônia dos extremos!!

                 Claudio Pierre

(Do Livro de Poesias Caminho(s))

=> Meu comentário => Brail - colônia dos extremos!!! // Tudo tem início pela "forma" pela qual nossa Sociedade foi "colonizada" -  pela "estrutura politiqueira" dessa Sociedade...

Não recebemos Educação na concepção do termo, pois somos "direcionados" para a competição pelo Poder - o que importa são as posses "o que temos"; em detrimento daquilo que deveria ser cultivado - a compreensão sobre a Unidade do Nosso SER.  /// Podemos argumentar: "No mundo todo é assim..." 

Mas, com toda a certeza uma Educação voltada para a auto consciência de nossa Humanidade;  recebe pouquíssima influência do movimento robotizado das massas em qualquer parte do mundo.    

sábado, 2 de março de 2013

MISTÉRIOS DO OLHAR



O sentido mais estimulado nos dias atuais, sem dúvida é a Visão...

As cores e formas estão assumindo uma exagerada valorização para a maioria das pessoas.
No entanto, nenhum órgão dos sentidos, isoladamente tem grande correspondência no sentido evolutivo; pois existe pela própria natureza uma cooperação entre eles, e interação que muitas vezes passa despercebida por nossa limitação natural.

Estou me sentido realmente incomodado pela variedade de propaganda que seguindo a mesma linha das Tevês – explora sem nenhum compromisso com estética e equilíbrio entre informação e formação – pela única e exclusiva direção de “vendagem de um produto”...
Há uma desconexão bem clara, e consequentemente uma lavagem cerebral, quando continuamente recebemos padrões de : comportamento, beleza, estética, opinião, etc... Sem nenhum compromisso com espiritualidade.

O que acaba “marcando” são as imagens recebidas diretamente pelo olhar – ao ponto de sufocar a importância de outros sentidos tão igualmente importantes e vitais.

De forma que, pouco me importa se o carro do ano está associado com algo tão subjetivo como a liberdade, pois certamente um bem material não tem capacidade de objetivamente trazer paz para ninguém; em grande parte das vezes, muito pelo contrário...

Se determinado cartão de crédito me dá “acesso” as melhores opções do planeta, pois a finalidade do mesmo, seria simplesmente atender minhas necessidades comuns e básicas – sem precisar de serviços internacionais, nem ao menos interplanetários.

Associar o padrão de beleza – masculino ou feminino a uma marca padrão de: roupa, shampoo, perfume, etc... Como se comprar determinado produto nos desse poder de transformação no que não somos e necessariamente não deveríamos ser – cada qual com sua própria característica (e principalmente aceitando-a); é mais criativo do que TODOS devidamente pasteurizados...     

E por fim, esta associação de Padrão de vida às pessoas mais novas – como se a flor da idade representasse possibilidades únicas de felicidade; e após os 40 nada mais restasse a não ser na condição de expectador/consumidor – admirar, imitar e se maravilhar com a indústria do olhar que vende um tesouro tão falso como limitado, quanto às reais possibilidades de evolução, tal como o processo contínuo e absoluto como é o da existência.

Logicamente que a vendagem é importante; porém, se ela está associada com ilusão; inclusive desempregam-se muitas pessoas que poderiam havendo criatividade divulgar determinado produto, sem os clichês de “padrões de Beleza”; além do que na pressa de realizar o “apelo ao consumo” atropelam-se por vezes, padrões de espiritualidade, que seriam importantes para conscientização e educação de uma Consciência Coletiva.

    Claudio Pierre

(Extraído do Registro METRALHA)