Páginas

terça-feira, 30 de abril de 2013

DIÁLOGOS / CONSCIÊNCIA



Interiorizar, buscar integração com nossa essência interior, está relacionado ao contato com a nossa mais real e profunda identidade. Portanto, o exercício pleno de nossa condição de Ser Humano requer fundamentalmente uma questão de autoconsciência dessa nossa particular história de humanidade, o que se correlaciona com: silêncio, humildade, paciência, perseverança; e, sobretudo Amor.

Particularmente creio que esse estado sugere uma integração incondicional aos elementos – Palavra, Sentimento e Ação, correspondendo ao equilíbrio interior proporcional aos centros: Ser, Sentir e Pensar.

Conseqüentemente, essa autoconsciência só tem condições de aflorar quando permitimos o devido espaço interior em nosso Ser.

Porém existe uma dinâmica exterior oposta a esta direção, que aparentemente se impõe “socialmente”.
De modo que nesse contexto “surge” um agente abstrato e subjetivo de sedução “personificado” pelo substantivo => “As pessoas”...

Assim, geralmente, deixamos de fazer ou realizar algo de grande importância pessoal, paradoxalmente, considerando que “as pessoas” seguiriam em direção oposta...

Vou dar um exemplo bem simples e comum:
Em uma festa, nem sempre estamos pré dispostos a determinados comportamentos, mas, sob a pressão “das pessoas”, geralmente nos excedemos quando não temos o devido equilíbrio: seja na alimentação, quanto em determinadas atitudes.

Além disso, sem perceber, podemos incorrer no erro de que todas as nossas ações sejam balizadas pelo que dizem “as pessoas”, muitas vezes em detrimento daquilo que me parece se afigure mais fundamental, ou seja, a subjetiva ação consciente.

Em decorrência desse processo, creio que, por exemplo, prevalece por aqui a ótica capitalista que se caracteriza pela exacerbação da ansiedade e a “corrida” pelo tesouro falso – conduzindo na prática para a idolatria ao deus Dinheiro, que invariavelmente insensibiliza o potencial de humanidade e acentua a “programação” para o ser sub humano.

É por isso que as Sociedades se configuram decadentes...
Persistindo esse modelo justamente pela hipnose do Poder que corresponde à imposição de “modelos” de humanidade.

Essa “contaminação” abrange os diferentes setores da Sociedade:
ð Governos que são instaurados sob essa falácia – pregando serem os principais agentes responsáveis pela Justiça e Ordem Social (das pessoas...), na realidade se sustentam pela continuidade do caos, da fome e da ignorância (tanto no plano material como espiritual).  Na linha do Poder alimentam a riqueza e a arrogância que gera esse mundo de contrastes.
ð Governantes – o engodo da representatividade – onde o representante detém o Poder sobre aqueles que jurou representar (as pessoas...), a começar pela quantidade de benefícios que este cargo conduz.
Porque, e com que direito isso acontece??!
Se alguém “nos representa” não caberia que na condição de “representados” pudéssemos determinar os limites dessa representação, desde salários até critérios de moralidade entre os nossos supostos representantes...
ð Governados – simplesmente somos “programados” a aceitar que sejamos “representados”, sem que tenhamos o direito de opinar sobre determinadas posições contrárias ao nosso próprio interesse. Desse modo, passamos a “depender” de uma sensibilidade que simplesmente não existe da parte daqueles que detém o poder, haja vista ser esta representatividade uma forma de garantia de privilégios desses representantes sobre o cidadão comum, a começar pela questão salarial.

No fundo, somos induzidos a crer que existem Super Homens, que podem resolver sobre o nosso Destino (das pessoas...); bem como estes seriam os “responsáveis” pela nossa felicidade; como se fosse possível um determinado grupo que detém privilégios e condições superiores à maioria, devido a sua condição política, de repente, abdicassem de tantas benesses ou em outras palavras, estendessem a população às mesmas condições “privilegiadas” que ele passou a desfrutar, ou sempre desfrutou.

Será que haveria tantos políticos, se na investidura de qualquer cargo dessa natureza, os mesmos tivessem que obrigatoriamente terem seus familiares utilizando os serviços públicos oferecidos a população, desde saúde, até segurança e educação, bem como, terem os seus proventos estabelecidos a partir de uma concessão dos seus “representados”- ou seja o povo; ou até mesmo não receberem nenhum valor, pois teriam de ter uma profissão regular.
 
Creio que a complexidade dessas questões está diretamente envolvida nas sutilezas que dizem respeito à essência de cada ser individualmente. Contudo, ao sermos de certa maneira ”programados” (inclusive pela nossa própria ignorância sobre o  valor fundamental da nossa autoconsciência interior), entramos em um circuito teatral onde somos manipulados e nos deixamos manipular, desperdiçando assim nossa energia vital.

 Claudio Pierre 

(Do Registro Diálogos / Consciência // Discursos de um Plebeu).

segunda-feira, 22 de abril de 2013

FRAGMENTOS



Eu amo as Estrelas,
Assim o firmamento resplandeceu a sua Luz em minha vida...

Além deste Brilho, o Céu e a Terra me concederam a oportunidade de trilhar meus caminhos:
Com a Terra plantei sementes de Harmonia, por vezes em solo infértil,
Pelo Céu minhas Asas alçaram um vôo, além das Limitações do Tempo e Espaço – Os Sonhos do Místico – por vezes sujeitos às trepidações das correntes aéreas.

Assim como o Infinito, pressenti que o Corpo é como uma das fases de um ciclo transcendente e inefável de sentido, de concepções verbais...

Certamente, até o Silêncio da Prece, do Encontro do ser perante a Unidade – tem seu prolongamento em níveis mais sutis de concepção – para além de nossa Natureza e Compreensão...

De certo este é um indício do que somos nesta existência
-          Fragmentos de um sopro divino.  

                        Claudio Pierre

(Do Registro => Fragmentos)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

FIAPO

(Para Duda, Rilary, Emanuelle e Isadora, nossas pequenas ex-companheiras de quarto)

Entrou a luz
do sol
onde há dez
dias
não vinha.
Desenho
de palhaço
para
colorir.
Reservo
espaço
e boca
para sorrir.
O fiapo de luz
refletiu
na cortina
fria
pesada
estática
do quarto
de hospital.
Muitas
crianças
já foram
para suas casas
e os fiapos
que agora
atravessaram
a fresta
não davam conta
de invadir.
Reservo
espaço
e boca
para rir.
Papel no chão.
Vômito.
Escarro.
Pão.
Nada disso
daria
pano
à palavra
pura
de poema.
E daí?
Moveu-se
uma fresta...
Reservo
espaço
e boca
para só-rir.

TRIBUTO AO POEXISTÊNCIA - A ORIGEM



Antonio Sciamarelli escreveu: "Caro amigo Claudio Pierre, a ideia do nome "Poexistência" (que era na verdade um poema do Roberto Woo) era exatamente a do poesia-existência, ou seja existir poeticamente. Integrar a arte à vida do dia dia e que a poesia e a beleza não se limite às obras, mas que nos invada o cotidiano e nos faça melhor."

Meu comentário => Participei de algumas “rodas de poesia” promovidas por esse movimento, que, diga-se de passagem, foi aquele com que mais me identifiquei pelo formato proposto nos encontros que ocorriam.  

Fui convidado a contribuir para esse Blog por uma das integrantes assíduas desses encontros a Poetisa Fabiana Esteves. 

Minha intenção é render um tributo a Origem (pois todas as coisas têm sua origem) – essa é a motivação pela qual busco desenvolver em minha Vida uma Consciência sobre a preservação da nossa Humanidade.

sábado, 13 de abril de 2013

O ESPÍRITO DA COISA IV



Essa questão da “Politicagem” parece não ter solução neste País – um determinado cidadão é eleito para realizar no seu mandato um conjunto de promessas que melhorariam a qualidade de vida da população... 

Seria perfeita essa proposição, se ele não estivesse envolvido na sórdida estrutura corporativa do Poder pelo Poder (partidos Políticos, Sindicatos e Empresários); e por sua vez, a população finge acreditar que essa “fantasia” funcionará, na medida em que esses “Politiqueiros” e seus familiares usufruem em razão de seus privilégios de um padrão de serviços de: saúde, educação e cultura (às vezes) - diferenciado do povo que ele diz “representar”...

Ou seja,

Por um “mandato (ou mais), esse(s)” personagem(ns)” brincam de “chefes” e “administradores”, e os servidores concursados ficam de pires na mão, esperando/torcendo que a “boa vontade” do seu futuro/temporário “chefe” – valorize e reconheça a importância do(s) seu(s) cargo(s)... / 
Por outro lado, diga-se de passagem, existem também servidores concursados que comungam dessa politicagem e não se mobilizam realmente para modificarem esse quadro... 

Bem, é difícil viver nessa “politicagem” que programa para a crença de que essa é a realidade da Vida.

Ainda bem que existe o tal “Espírito Ca Coisa” que é a própria essência da Arte de Viver sem “politicagem”.

Sim, absolutamente não existe uma forma única de Realidade... Mas, sem dúvida, precisamos transpor muitos obstáculos para “captar” a essência da nossa subjetiva realidade.
            
                   Claudio Pierre

=> Esse é o trecho de uma das Cartas que enviei para uma pessoa Amiga (geralmente em tudo o que faço busco estar conectado com uma Essência de Unidade...).