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domingo, 28 de agosto de 2016

O CHORO DO MUNDO

O CHORO DO MUNDO

Choro todos os dias...
Pela degradação dos valores humanos
Que falseiam de baixo para cima e de cima para baixo
A Essência do Ser
Em nome de uma robotização às massas (de baixo e de cima), em um único sentido
=> Tempo é dinheiro!

Choro todos os dias...
Pela distorção da Unidade, em um dos mais nobres valores que temos
A Educação
Na medida em que é utilizada enquanto moeda de troca
Na ordem em que são distorcidos os seus valores entre:
A teoria que aprendo na Escola da Vida
E a prática corporativa e politiqueira nas relações sociais...

Ainda assim, por vezes, contenho o meu choro

Pois algo me diz que
A Chama mesmo enquanto tênue e encoberta faísca

Ainda é o alento de Esperança
A quem se disponha a reescrever Seu Caminho neste Plano

Sob a perspectiva de que o subjetivo Ideal de Cada Ser seja mais intenso do que a programação que hipnotiza para o Medo de Amar.   

               
               Claudio Pierre 

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

VERSOS SEM RIMA

Versos Sem Rima 
(ao meu amigo Claudio Rapello) 


Você reclama que meus versos não tem rima
Mas é que nunca sei onde cabem
Melhor em baixo ou melhor em cima?
E se eu fizer uma rima pobre? 
Não será nada que preste 
Muito menos um poema nobre...
Então tento este, ainda que sem métrica
Quero é que fique engraçado 
Mesmo que sem estética
Fiz da crítica um desafio 
Que um pós moderno pode fazer rimas
Aposto, acredito, confio!

José Antonio Maia 
16 de maio de 2015

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domingo, 21 de agosto de 2016

DUAS PÉROLAS PARA REFLEXÃO

PAIXÃO E FÉ
                                     Tavinho Moura e Fernando Brant

Já bate o sino, bate na catedral
E o som penetra todos os portais
A igreja está chamando seus fiéis
Para rezar por seu Senhor
Para cantar a ressureição
E sai o povo pelas ruas a cobrir
De areia e flores as pedras do chão
Nas varandas vejo as moças e os lençóis
Enquanto passa a procissão
Louvando as coisas da fé
Velejar, velejei
No mar do Senhor
Lá eu vi a fé e a paixão
Lá eu vi a agonia da barca dos homens
Já bate o sino, bate no coração
E o povo põe de lado a sua dor
Pelas ruas capistranas de toda cor
Esquece a sua paixão

Para viver a do Senhor.

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SINAL FECHADO
                  Paulinho da Viola
Olá, como vai?
Eu vou indo, e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo, correndo,
pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono
tranqüilo, quem sabe?
Quanto tempo...
Pois é, quanto tempo...
Me perdoe a pressa
é a alma dos nossos negócios...
Oh! Não tem de quê.
Eu também só ando a cem,
Quando é que você telefona,
Precisamos nos ver por aí.
Prá semana, prometo talvez
nos vejamos, quem sabe?
Quanto tempo...
Pois é, quanto tempo... 

sábado, 20 de agosto de 2016

CHUTANDO O BALDE

CHUTANDO O BALDE...


Se dependesse de mim as ditas “celebridades” produzidas pelo “marketing da hora”, jamais encheriam ginásios, estádios ou congêneres...

Não venderiam sequer uma bala em função de sua veiculação em propagandas nos meios de comunicação...

=> Pode ser que assim desmoronasse essa estrutura fictícia de transformar pessoas que são tão comuns e humanas como nós – sujeitas a erros e acertos – como “superiores” em função do seu “circunstancial poder ($$$) e supremacia assegurados por uma “sociedade artificial”...  

Se dependesse de mim os “politiqueiros” que em geral trazem consigo, seguindo essa tradição, seus familiares ocupando cargos de relevância, sem nem ao menos terem capacidade para tal desde Secretarias até Ministérios dos mais diversos – não teriam nenhuma chance de serem eleitos...

=> Pode ser que assim a Arte da Política fosse levada realmente a sério concedendo de uma forma renovadora e temporária a direção / administração aqueles realmente capacitados para exercê-la...   

Dessa forma, Declarações e Leis que nesse Plano auto proclamam-se como instauradoras da Paz e Harmonia entre os Povos deixariam de ser mero objeto / instrumento de retórica; mas ação efetiva e eficaz para garantia dos mínimos direitos para TODOS.  

                       Claudio Pierre  


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Meu comentário: Evidentemente o “Se” não tem capacidade de modificar o “É assim...” – mas, de vez em quando => Chutar o Balde faz bem...   

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

LEMBRANÇAS DE MORRER

Lembranças de Morrer

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh’alma errante,
Onde o fogo insensato a consumia:

Só levo uma saudade – é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade – é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas …

De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!

De meu pai… de meus únicos amigos,
Poucos – bem poucos – e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei… que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta destes flores…

Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar dos teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo…
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta – sonhou – e amou na vida.

Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos.
Deixai a lua pratear-me a lousa!


                                   Álvares de Azevedo

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Meu comentário: Esse foi um dos Poemas que mais me impactou quando iniciei minha fascinação pela Poesia.