Páginas

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O QUE É OU NÃO É?

O que é ou não é Arte / Cultura?

=> Na "Sociedade Veloz" existe muita "polêmica" envolvendo esse questionamento...

Na minha Visão - em qualquer tempo - muito além do sentido comercial e midiático que predomina perante as massas...

A Genuína Arte / Cultura 
É Aquela que UNE!!!


Claudio Pierre

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

EFEITO DEVASTADOR

Creio que um dos motivos pelos quais a Arte que Une vem enfrentando obstáculos no marasmo Cultural vigente, se deve ao fato da ignorância das massas...

... Aceitando resignadamente ser "conduzida" pela presa "do mercado" - "500 mil músicas diferentes ao alcance dos dedos" - deixou de perceber, apreciar e se sensibilizar com
o sentido global de um registro Artístico. //

No meu juízo, o efeito é devastador:
- É a mesma coisa que ler apenas uma página de um livro de Romance ou Poemas de um mesmo Autor - descartando o Conteúdo e a Essência dessa Obra.

Nesse sentido - Considero que o compasso do ritmo produzido no "mundo globalizado" não é muito inteligente.

Claudio Pierre

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Réforme du Code du Travail : les syndicats tentent encore de présenter u...

DISTINÇÃO NECESSÁRIA

Face aos estragos provocados pelos ladrões (travestidos de políticos) que integram as organizações 
criminosas neste País; penso que seja mais do que nunca necessária a Reflexão do Cidadão de Bem
sobre a distinção entre Política e "politicagem". 

Claudio Pierre

terça-feira, 7 de novembro de 2017

PRIMAVERA

PRIMAVERA
                               Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.